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Doença do pé–mão-boca

No outono, uma das viroses comuns que atingem as crianças é a doença mão-pé-boca (HFMD), que embora esteja causando alarde, é velha conhecida dos pediatras.


É só mudar a estação que casos de doenças típicas da época mais fria começam a surgir. Nesses períodos, é comum ler na internet ou ouvir nos grupos de pais que uma “nova doença está vindo com tudo por aí. Algumas escolas, inclusive, estão comunicando os responsáveis sobre possíveis surtos da doença, principalmente em algumas regiões de São Paulo, Minas Gerais e do Nordeste. Mas, afinal, há motivo para preocupação? Entendam um pouco sobre essa enfermidade, que atinge principalmente as crianças de até cinco anos. O vírus causador da doença mão-pé-boca chama-se Coxsackie e pertence à família dos enterovírus que normalmente habitam o intestino.


A doença tem alguns sinais bem característicos: inicia-se com febre alta que é sucedida (cerca de dois ou três dias depois) por pequenas vesículas com líquido que surgem na região das mãos, pés e boca — daí o nome. As bolhas vão se rompendo à medida que a doença evolui.


Atenção “Nem sempre as lesões ocorrem todas de uma vez, por isso uma avaliação médica é fundamental. Em casos isolados, pode ser solicitado o exame de sangue que detecta o vírus, mas o resultado demora para sair, e como não há tratamento específico (só controlamos os sintomas) para a doença, ele só é pedido em casos de diagnóstico diferencial ou quando acontecem raras complicações, como encefalites ou miocardites”.


Tem circulado no Brasil uma cepa de enterovírus que causa lesões em outros locais além das mãos, pés e boca, o que pode fazer com que muitos pais confundam a doença com catapora (varicela).


A boa notícia é que a doença é autolimitada, ou seja, em cerca de dez a 15 dias os sintomas desaparecem. “Mas as lesões causam bastante desconforto, principalmente as da boca, que muitas vezes impedem a criança de se alimentar.


Pegar a doença não garante imunidade, ou seja, a criança pode ser infectada mais de uma vez (o que, entretanto, não é comum) pelo Coxsackie. Também não há vacinas contra o vírus, já que há mais de uma cepa capaz de causar a doença e o material genético dos vírus está sempre em mutação.


A transmissão ocorre por via oral/fecal, através do contato direto com secreções (por tosse ou espirro) e com objetos como chupetas, brinquedos ou fezes de crianças infectadas. Por conta da via de contágio oral, tempos frios são mais propícios para a ocorrência de surtos da doença, já que as crianças costumam ficar mais tempo aglomeradas em um mesmo ambiente.


Quanto à transmissão fecal, uma informação importante que pode contribuir para a contenção da doença: Mesmo após a recuperação, o paciente pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. “Portanto, muita atenção na limpeza e cuidado com seu filho quando for utilizar os fraldários de locais públicos”.



Dra Gabriela Sorrino

Médica do UNIVIDA plano de Saúde.


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