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COMBATENDO A EXPLORAÇÃO E ABUSO SEXUAL NO BRASIL

É importante destacar o mês de maio, que é nacionalmente conhecido como Maio Laranja, período de enfrentamento e prevenção do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes. Especificamente, 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Essa data tem por objetivo mobilizar a sociedade brasileira para combater a violação dos direitos infantojuvenis.

A criação do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituída pela Lei nº 9.970 em 17 de maio de 2000. A data é dedicada à memória de Araceli Cabrera Sánchez Crespo, uma menina de 8 anos que, em 18 de maio de 1973, no estado do Espírito Santo, foi sequestrada, vítima de diversas formas de violência e, posteriormente, morta por seus sequestradores. Seu corpo foi encontrado seis dias depois, e os responsáveis pelo crime não foram punidos até os dias atuais.


Danos psicológicos causados pelo abuso sexual

O efeito que o abuso sexual tem em suas vítimas vai para além dos danos físicos, afetando, principalmente, a saúde mental delas.

Entre os danos psicológicos advindos do ato, independentemente da faixa etária, estão: transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão, ansiedade, medo, rejeição, redução da qualidade de vida, dissociação – quadro psicológico no qual a vítima se torna incapaz de compreender a realidade ocorrida –, entre outros. Quanto mais tempo se passa por essas situações, mais possibilidades de transtornos existem.

Discutir os danos descritos acima pode auxiliar na criação de um ambiente domiciliar e escolar mais bem informado, em que pais, responsáveis e educadores, são capazes de identificar um possível caso de abuso e assim contribuir com as crianças e os adolescentes, acolhendo-os e criando uma relação de confiança, visando à busca dos meios legais para punir os responsáveis pelos atos. É importante salientar que, quando pessoas comuns sabem de situações assim, o correto é conversar com as autoridades e especialistas para que cuidem do caso.


Como devemos tratar crianças e adolescentes que são vítimas de exploração sexual?Conforme relatório publicado pelo Fórum Catarinense pelo Fim da Violência e da Exploração Sexual Infantojuvenil, existem algumas ações a ser adotadas quando é descoberto um caso de violência sexual que tem como vítimas crianças ou adolescentes:

  • não pense que ela/ele esteja faltando com a verdade;

  • incentive a criança e/ou o(a) adolescente a falar sobre o ocorrido com algum especialista, mas não a(o) obrigue;

  • fale sempre em ambiente isolado para que a conversa não sofra interrupções nem seja constrangedora;

  • evite tratar do assunto com aqueles que não poderão ajudar;

  • denuncie e procure ajuda de um profissional;

  • converse de um jeito simples e claro para que a criança e/ou o(a) adolescente entendam o que você está querendo dizer;

  • nunca desconsidere os sentimentos da criança e/ou do(a) adolescente;

  • reconheça que se trata de uma situação difícil; e

  • esclareça para a criança e/ou o(a) adolescente que a culpa não é dela/dele;

  • não os(as) trate com piedade e sim com compreensão;

Conversar é essencial para a vítima se sentir protegida e segura ao falar sobre o assunto e não apenas violada, a fim de que se sinta uma pessoa que, infelizmente, teve sua dignidade ferida, mas que há pessoas a tratando de modo humanizado para enfrentar o entrave, pois ela não está sozinha. Sob esse viés, vale ressaltar também que a discrição é fundamental nesses casos, o ocorrido deve ser comunicado para a família e profissionais que possam ajudar no caso, a exemplo de psicólogos; não há a necessidade de espalhar para todos, pois é algo triste e traumático para quem vivenciou.

E, não esqueça, caso suspeite ou tenha conhecimento de alguma criança que está sofrendo violência, denuncie em algum destes canais: Conselho Tutelar; Disque 100; ou algum dos canais presentes no site: https://www.childhood.org.br/saiba-como-agir/denuncie/


Quais prevenções podemos tomar para acabar com a exploração sexual infantilUma das formas de prevenção em relação à exploração sexual infantil é se atentar aos sinais que indiquem que a criança possa ter sido vítima de exploração sexual, como o isolamento social e a hiper sexualização.

Ensinar as crianças sobre o corpo humano, para que especifiquem suas partes íntimas e os tipos de interações que podem configurar abuso é fundamental para que elas saibam se proteger ou denunciar o ocorrido. É fundamental conversar com as crianças sobre os limites do corpo, ensinar que ela não deve permitir que ninguém toque em suas partes íntimas. Instruir sobre algumas das formas utilizadas pelos abusadores para atrair as crianças também é importante, como, por exemplo, distribuir doces ou presentes.

Desenvolver uma relação de confiança com a criança é essencial para que ela se sinta confortável em compartilhar qualquer situação. Mostre para a criança que ela pode confiar em você, faça com que ela se sinta segura e que possa contar a você qualquer coisa que aconteça com ela.

Aos pais, é importante que tenham conhecimento do que os filhos fazem nos momentos de lazer e com quem costumam passar mais tempo. Observem o comportamento da criança diante de alguém próximo, se ela demonstra desapreço por quem "subjetivamente" deveria ter afeto, tentem saber o motivo de isso ocorrer.


Redes de apoio para crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual

  • Conselhos Tutelares

  • Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas)

  • Delegacias Especializadas de Proteção à Criança e ao Adolescente

  • Varas da Infância e Juventude


Fonte: UNICEF








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